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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Brasileiro Sócrates


       

O nome não poderia ser melhor; um nome de filósofo clássico, jogador de futebol com nome de mentor intelectual.
Com perdão da má palavra poderia dar numa grande merda, verdadeiro motivo de piada, mas não; seguiu o currículo e o escript do nome.
O Sócrates Brasileiro, não só se tornou um dos melhores jogadores do mundo, como também inspirou gerações, não só de corintianos, mas de brasileiros.
Hoje temos uma profusão de craques da bola, os quais são idolatrados, como sex simbols, ícones da moda, tesão explícitos da mente erotizada das adolescentes, mas não passam de bufões, a serviço pífio do marketing, seres de caráter e aspecto andrógino, que não acrescentam nada de relativa importância no cenário social, político ou cultural desse país que é tão carente nessas questões.
O Magrão, Doutor, Magro, ou seja, lá como foi chamado por varias pessoas por esse Brasil afora era feio, um nordestino com a cara toda marcada pela acne da adolescência, desengonçado, alto demais, magro demais, mas foi ídolo de uma geração, não pela sua beleza juvenil, seus dribles desconcertantes e toques de calcanhar, que ninguém entendia direito. Ele foi ídolo pelo que dizia, pelos seus atos, pela sua posição perante a sociedade e seu entendimento dela, não se furtou ao ostracismo das casas noturnas e baladas, mas se pôs a favor do social, do povo e do destino desse povo.
Nascido classe média alta, estudante de medicina, poderia simplesmente se dedicar ao juramento de Hipócrates e ter sua vida de médico, consultório, receitas e pacientes, mas não; se dedicou a jogar a mais humilde das artes do desporto, o futebol, e pelo futebol descobriu-se a voz da democracia.
Numa época de pijamas com divisas, e a famosa frase.  _Você sabe com quem esta falando? Sócrates se firmou como líder de um movimento contestador e contrário a atual situação política vigente. Uniu em torno de um time heterogêneo de futebol, uma força que contagiou o Brasil; um pedido de respeito e atenção, dessa até hoje classe podre que habita o ninho do mal chamado Brasília.
 Se tivéssemos hoje um Neymar, Ganso ou Ronaldo que valesse meio Magrão já estaria bem e nossa juventude teria pensamentos mais úteis que a podridão do funk, a ilusão das drogas e uma consciência política mais aguçada. Estaríamos em busca da melhoria de Índice de Desenvolvimento Humano, da cultura e desenvolvimento digno desse país, com mais igualdade social.
 Hoje se aparecesse um atleta com metade dos neurônios pensantes dele, se tornaria um líder, um formador de opiniões do bem, sem pensar em correntes de ouro de um quilo, iates, carrões e marias chuteiras de traseiro grande.
É cômico hoje ver que um grande jogador dentro de campo, ser noticia fora dele, apenas pelo novo corte de cabelo, traições amorosas, esportivos velozes ou a compra de uma canoa de luxo, ou pior envolvidos em falcatruas tráfico ou crimes de morte.
Não! Não é cômico. É triste, e trágico ver que os exemplos que esses ídolos de pés de barro passam a nossas novas gerações; são os maus exemplos da mediocridade, da alienação e do descaso.
Enquanto isso; nossos políticos se fartam num mar de dólares e euros nas cuecas e meias, em antros de corrupção tanto na esfera federal, quanto nos estados e municípios, lesando o bolso do trabalhador, e negando a classes menos abastadas o acesso à saúde, educação, segurança e direitos civis que tem por direito.
Nossos atletas metrossexuais, só se preocupam em lançar moda, elaborar comemorações de gosto dúbio, mas não tem a coragem sequer, de entrar em campo com uma faixa na cabeça, exigindo o fim da corrupção, ou uma camiseta com uma única palavra; democracia.
É uma pena, pois são apenas crianças brincando de jogar bola, e que não sabem que o que separa os homens das crianças, são os atos praticados no dia a dia.   
Sócrates não virou nome de corte de cabelo, mas se tornou um exemplo de homem, consciente de seu poder como líder público, e que como tal sabia que seus atos e palavras influenciavam pessoas; e se era para influenciar, que fosse para o bem, e para um Brasil melhor.
Cada geração tem o ídolo que merece... Ou será o contrário? 

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