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quinta-feira, 4 de março de 2010

RESPEITO É BOM...



Me impressiona a juventude nessa primeira década desse século; seria bom se essa impressão fosse positiva, mas é justamente o contrario.
A vontade de mostrar ao mundo que o universo é deles, sempre pertenceu aos jovens, a vontade de contrapor, de contradizer e demonstrar seu descontentamento com o estabelecido e estável tem que obrigatoriamente fazer parte do universo juvenil, pois os atos de rebeldia nessa faixa etária é que formam os futuros “adultos” e com certeza transformaram o mundo no que é hoje, basta lembrar 1968 ou os caras pintadas ou o movimento paz é amor.
É ai que me amedronto... Estamos vendo e vivendo uma falta de respeito de proporções tamanhas que temo justamente pelo futuro dessa sociedade brasileira.
Antigamente contestava se, mas respeito ainda existia, não se falava palavrão na frente de senhoras, crianças ou de mais velhos; hoje cantam palavras de baixo calão, (que não seriam aceitas nem nos mais sórdidos e ralés bordéis) a plenos pulmões pelas ruas, e pior são tocadas em medíocres melodias a incontáveis decibéis em carros ou qualquer outro tipo de sistema de amplificação é a maldição do funk carioca.
Antes se namorava ou tinha uma “amizade colorida”; hoje eles “ficam” e com qualquer um e em grande quantidade, no atacado mesmo, e tem que transar, e quem não transa esta excluído do sistema. O sexo virou uma coisa de tamanha banalidade que tenho impressão que perdeu uma parte do encanto, da sedução, da magia, da conquista.
Eu mesmo presenciei um dialogo entre dois adolescentes, que deixa clara essa situação de banalidade.
Um rapaz com a bermuda bem abaixo da metade da bunda e uma cueca que um dia foi branca aparecendo diz para uma garota de uns quinze anos, usando uma blusinha e um shortinho que ela devia usar aos sete anos.
_ Ei mina! Ce é a Adriana ( nome fictício) num é?
Resposta
_ Sô, e ai?
_ Então, faz um tempo que eu te ligo ( sei quem você é) Cê ta quebrando heim? ( você esta bonita) Ai vai no posto hoje?
_ Num sei... Pra que cê qué sabe?
_ Quero dar uns catas, (dar uns beijos e etc) em você... Tem jeito?
_Demoro, ta firmado.

Pronto estava combinado um encontro em um posto de gasolina na periferia de São Paulo, famoso por vender muito álcool a menores. É bom observar que esse dialogo, foi desenvolvido estando ela de um lado da rua, ele do outro, com uma distancia de no mínimo dez metros.
Não é só a forma de tratar que assusta, mas a falta de discrição, de pudores, de valorização da figura da mulher pelo homem; e da mulher por ela mesma, é como se escolhesse um pedaço de carne na vitrine do açougue ou de uma lata de conserva na gôndola de um supermercado.
Alguns podem dizer que é modernidade ou sinal dos tempos, mas respeito e sentimentos de empatia pelo semelhante são atemporais, se perdermos esses sentimentos, seremos reduzidos um dia a arrastarmos alguém que nos interessa pelos cabelos e obtermos uma relação sexual entre socos e tapas.
Assusta a relação dos nossos jovens, com o mundo, tem sempre a impressão latente que hoje tudo é permitido, que não existem limites de compostura e comportamento.
Falar palavrões de corarem prostitutas dentro de coletivos é normal; andar com a roupa intima de fora é moderno; cometer atos de libertinagem e devassidão na frente de quem quer que seja é sinal de liberdade; tratar mulheres com adjetivos do tipo: cadela, vagabunda, piriguete entre outros nem um pouco louváveis e de extrema normalidade,e a naturalidade de usar os mais variados tipos de droga, como se fossem as mais cobiçadas guloseimas infantis a vista de todos a céu aberto.
Que no passado existiam drogas... é claro que sim, afinal elas nos acompanham desde o inicio da humanidade e não vai ser hoje que deixarão de existir, mas não faz tanto tempo assim que os que participavam deste gosto comum, o faziam com o máximo de descrição possível.
Hoje fuma se dentro de ônibus cheira se em praça publica, por vezes na frente de crianças, que muitas vezes são filhos desses mesmos usuários.
Nossas periferias estão num processo de degradação continua e constante, que só tem comparações bíblicas em Sodoma e Gomorra, mães de treze anos, são tão normais quanto avós de trinta anos, homens de dezesseis anos com dez homicídios são tão comuns quanto a lei permite.
Infelizmente esse fenômeno é correlato e corriqueiro, quanto outro quase semelhante, pertinente as classes A,B,C a Síndrome da Gaiola de Ouro, mas esse é tema para outra hora; o que preocupa mesmo é a falta de rédeas que levam a uma desenfreada falta de respeito pelo próximo, isso nos leva a crer que hoje o bonito mesmo é ser feio.
Eu pessoalmente temo, pois sou pai de um menino de quase oito anos que por em quanto, ainda é educado a moda antiga, aonde ainda se pede licença, se fala obrigado e não se fala palavrão na frente de moças senhoras e crianças. Só que criamos filhos para o mundo e o mundo por vezes é cruel; e falando em mundo temos que pensar numa corrente contraria aos ecologistas patrulheiros de plantão, afinal não devemos só pensar no mundo que deixaremos para nossos filhos, mas que filhos deixaremos para o mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou professora da rede pública do estado de São Paulo a quatro anos. Já lecionei para meninos e adolescentes entre 10 e 16 anos de idade. Convivo com os dilemas familiares, as carências, os conflitos emocionais, sociais e psicológico dos alunos.

Todos os casos, sem exceção, que envolvem indisciplina, apatia, agressividade, entre tantos outros problemas, quando são investigados conclui-se que a responsabilidade cabe à família.

Eu já presenciei de tudo um pouco: pais divorciados que largam os filhos nas mãos de avôs ou outros parentes próximos, pai ou mãe presidiários que influenciam negativamente a formação do caráter de uma criança, pais que abandonam os filhos porque são dependentes químicos.

Também há casos que a família não aceita os problemas psicólógicos, neurológicos ou pedagógicos das crianças e acreditam piamente que é uma fase que logo vai passar...

A escola virou depósito de luxo para essas famílias, já que os alunos são praticamente incotáveis protegidos por direitos garantidos por lei.

A juventude está perdida, não dá para pensar nos filhos que deixaremos para o mundo, eles já estão por toda a parte.

A sociedade não pode cobrar responsabilidades, educação, respeito para cidadãos que ela mima, estraga com regalias na educação. A progressão continuada está aí para provar.

Os jovens são as vítimas das famílias que não sabem impor limites, são vítimas da cultura popular, de massa, são vítimas do sistema educacional que não dá chance, oportunidade ou condições de trabalho para os educadores cumprirem com o papel dos pais, dos psicológos, dos assistentes sociais que esses meninos e meninas precisam para crescer com dignidade.

Infelizmente o problema está escancarado na cara de quem quiser ver. O nosso país está nas maos desses adolescentes carentes de tudo que se possa imaginar.

Proponho uma reflexão
Você confiaria, daqui alguns anos, ser tratada por um futuro médico que usava short no meio da bunda? Ou colocar nas mãos de uma futura advogada que usava roupas de uma criança de sete anos quando já completara quinze um processo judicial?

Prepare-se...